Houve uma época em que um grupo de amigos envolvidos com teatro amador contribuía para o deleite dos sócios de um clube do nosso bairro. Lembro quando apresentaram "O boi e o burro no caminho de Belém". Esta peça é uma adaptação da obra de Maria Clara Machado. O texto original encontra-se no livro Teatro I da “Coleção Teatro” (Editora Agir).
Personagens: Boi; Burro; Estrela; cinco anjinhos; Maria; José; três reis magos; pastores; Cenário: Um estábulo simples; ao fundo o céu, uma parede branca com estrelas pintadas ou um pano branco com estrelas aplicadas. Figurinos: a critério do grupo. Música: à escolha do grupo: Noite Feliz para a cena final. Abertura: inicia-se com uma música suave de fundo, enquanto as cortinas se abrem lentamente.
Cena 1: (Surgem o Boi e o Burro, seguindo o ritmo da música e examinando o ambiente. Ao terminar a música, eles se colocam um de cada lado do palco).
Boi: Muuu...Burro: Hiiiiiiiiiiiiii....
Boi: Burro, ó Burro! Você está notando qualquer coisa hoje?
Burro: Não estou notando nada, não Boi.
Boi: Você é burro mesmo! Então não percebe que o ar está meio mudado?
Burro: (cheirando o ar): É verdade, amigo Boi. Tudo cheira diferente por estas bandas! (cheirando com barulho)
Boi: (olhando o céu): e nunca o céu esteve tão estrelado, tão perto!
Burro (também olhando o céu): Não é que é verdade! Sou mesmo muito burro! Não tinha notado antes! Está tudo muito esquisito... (mudando de tom e olhando assustado para o Boi). Será que o mundo vai acabar, hem, Boi?
Boi: Talvez comece um outro mundo!
Burro (triste): E nós? Haverá pastagem para nós dois no outro mundo?
Boi: Não sei, não.
Aqui termina a cena 1. Lembro que nessa peça representada pelo grupo amador, onde participei - acho que eu era um dos três reis magos: entrava mudo e saía calado - havia uma fala que não encontro acima. Naquele clima de expectativa pelo nascimento do menino Jesus, os personagens da abertura concluíam: - "Mistério, amigo boi!" Respondia o boi: - "Mistério, amigo burro!"
Agora, fecha o pano rápido. Vamos a outra cena.
O fraudador do Instituto Nacional do Seguro Social, Ilson Escóssia da Veiga, que integrava a quadrilha de Jorgina de Freitas, morreu dia 29 de junho à noite, de causa desconhecida. Escóssia queixou-se de dores abdominais e "bolo na garganta" na segunda. Foi atendido no Hospital Penitenciário Fábio Soares Maciel e transferido para o Hospital Rocha Faria, onde morreu.
A deputada estadual Cidinha Campos (PDT) estranhou a pressa com que Escóssia foi enterrado, no Memorial do Carmo, sem velório. "Quem garante que foi o Ilson que morreu? Que ele não foi para o exterior gastar o dinheiro?", indagou. A deputada presidiu a CPI da Câmara Federal que apurou as fraudes contra o INSS. Ela lembra que os ossos de João Carlos Catanhede, morto em 1991, durante as apurações da fraude, desapareceram quando o corpo seria exumado. E que Tainá Coelho, outro acusado do golpe, teve a morte atestada pelo sogro e "ninguém viu o corpo".
Não foi por outro motivo que evoquei a cena da minha juventude onde aqueles personagens contracenavam:- Mistério, amigo boi!- Mistério, amigo burro!
sábado, julho 1
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Um comentário:
Este clássico foi um dia interpretado por mim e um colega de sala. ahuahauhau há exatos 22 anos, no Paraná, numa cidade chamada Pato Branco. Acabei vindo atrás da história, depois de tanto tempo, para relembrar das falas, que na época foram trágicas. A peça que deveria durar vários minutos, foi encurtada. Esquecemos das falas e ficamos de costas para o público, morrendo de rir, sem lembrar uma.. NADA. Após estes instantes ETERNOS passamos para outro trecho e daí em diante continuámos. Lembro-me da professora, ??? Milliavaca (??) com as mãos na cabeça, indignada !!! (rs rs) !!!
Outra peça feita pela oficina de crianças, foi sobre Garrincha, toda em câmera lenta... Na entrada, único instante da peça que estávamos "correndo" eu tombei, depois de escorregar no meu KICHUTE, pois era o Juiz, como bola e apito, e enrrosquei na telada trave...ahuahuahuauahua hu huah uahu hauha uah uhau huah auh uahau ahu h uahuahuah uah hauh au
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