Aparte do senador Sérgio Guerra (PSDB – PE) à fala do senador Cristovam Buarque quando este discorria sôbre a decisão do PDT de indicá-lo candidato à Presidência da República:
– Queria afirmar, como outros o fizeram hoje, os nossos melhores votos para uma boa campanha para Presidente da República. A gente, em Pernambuco, conhece o Senador Cristovam há muitos anos, o seu equilíbrio, a sua coerência, a sua capacidade de ser afirmativo sem ser agressivo. É um político dos que honram a vida pública brasileira, e entra numa luta difícil, por um Partido pelo qual tenho imensa simpatia, Partido que tem origem no trabalhismo, que foi desenvolvido por Leonel Brizola e que abriga quadros de excelente qualidade. Entre esses quadros, está o Senador Cristovam Buarque. Essa campanha é desigual, pois reeleição e PT não combinam senão no sentido do desequilíbrio, da disputa que não respeita as regras, que não presta atenção ao conteúdo do que deveria ser a democracia no Brasil. O que está acontecendo hoje é uma deslavada propaganda oficial, que ocupa quase 80% do tempo de exposição dos candidatos com a figura do Presidente da República. Os outros candidatos – Geraldo Alckmin, Cristovam Buarque e Heloísa Helena – ocuparão menos de 20% desse tempo. O Presidente, na nossa região, não faz uma semana, inaugurou, pela segunda vez, uma ferrovia que, neste instante, liga coisa nenhuma a coisa nenhuma, para a qual estão contratados perto de 30 milhões de obras, num programa de R$5 bilhões. O Presidente fez grande propaganda de que reabriu a Sudene, e não reabriu Sudene nenhuma. O Presidente está duplicando a BR–101 e, em nosso Estado, que deve ter uns duzentos quilômetros de rodovia, não há, seguramente, dez quilômetros de obra real. O Presidente já fez a transposição das águas do rio São Francisco, e não existe uma obra no vale do São Francisco em andamento. Esta é a regra: as grandes obras não são verdadeiras, e as obras que existiam estão paradas. Todavia, a força dessa propaganda, a massificação dessa propaganda e a falta total e completa de responsabilidade, no sentido democrático, é algo que surpreende o Brasil e com o qual vai se confrontar agora o candidato Cristovam Buarque. Tenho certeza de que o seu valor, a sua inteligência, a sua capacidade de argumentação e de convencimento farão desta eleição a mais democrática. A resistência a esse domínio desproporcional, desigual, e que produz uma falsa popularidade será mais forte com sua palavra, pela sua história, pelo conhecimento que tem de fatos brasileiros, inclusive recentes, pela sua postura como Senador e pelas propostas que terá como candidato à Presidência da República. Sempre desejei que se estabelecessem regras que permitissem uma composição do PSDB com o PDT, mas compreendo perfeitamente as razões do PDT para ter o seu candidato. Nossos votos são para que sua campanha seja a melhor e para que, no final, vença quem tenha mais capacidade de chegar aos brasileiros com palavra firme, com o exemplo da sua vida, sem contestações históricas como as que promove, diariamente, o Presidente Lula. Um candidato de 30 anos se transforma no Presidente diferente do candidato. Ao tomar posse, renuncia às convicções que subscreveu a vida toda. No Governo, produz a partidarização no mau sentido, com a chamada coligação da crise de instituições que nunca antes foram penetradas por interesses grupais, na formação de um Governo que, em vez de fazer a reforma política, fez o “mensalão”. E não fez reforma alguma para o País da qual se possa tomar nota: nem reforma tributária, nem reforma da Previdência, nem reforma agrária, nem reforma nenhuma. Fez a política de sempre, com vícios ainda mais amplos e com ortodoxia nunca antes conhecida, em um consenso que mais ninguém hoje defende, nem o Fundo Monetário Internacional. Tenho a convicção – que não é de hoje, mas que vem de muitos anos – de que vamos ter um grande candidato à Presidência da República.
sábado, julho 8
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