segunda-feira, julho 10

As consequências do imponderável

Há algum tempo apareceu na televisão um comercial que dizia: "Leve vantagem você também". Era sobre um determinado cigarro e quem lia o texto era o grande jogador da Copa de 70, Gerson. Sua responsabilidade no caso era só ler o texto e passar no caixa pra receber a grana. Ele não viu mal nenhum em fazer a propaganda de um vício já que, ao que me parece, era um fumante inveterado. Só que a coisa extrapolou e ele ficou como o defensor intelectual da mania nacional de levar vantagem em tudo. Isso o incomodou, lógico, e certa vez eu o vi numa dessas mesas redondas da TV, irritado, se justificando. A Lei do Gerson não pertencia ao Gerson.

Agora aparece na imprensa uma outra imprecação contra um jogador de futebol. Nada que se tenha falado, talvez nem feito. O caso é que quando Zidane cobrou uma falta sôbre a área do Brasil disseram que Roberto Carlos estava ajeitando o meião. E houve até um antigo craque que falou que não existiu isso. Aquela agachada era apenas um código para fazer a linha do impedimento. De qualquer modo essa do meião já pegou. Já li em diversos textos que quando alguém não está fazendo a coisa correta está ajeitando o meião, ou está assistindo à distância o gol do adversário. São as consequências do imponderável.

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