sexta-feira, julho 7

A dialética dos iguais

O dicionário Houaiss atribui à palavra dialética 1. um sentido genérico; 2. diversos sentidos de acôrdo com a linha filosófica a que se faz referência e 3. um sentido pejorativo.
É bem provável que tenha sido um movimento expontâneo essa polaridade em que se colocaram dois candidatos à Presidência da República, essa dialética de difícil interpretação. No sentido genérico dialética seria oposição, conflito originado pela contradição entre princípios teóricos ou fenômenos empíricos. Não é nessa definição que se situam Lula e Alckmin. Não há oposição ou conflito no que eles propugnam.
Na visão aristotélica temos o raciocínio lógico que, embora coerente em seu encadeamento interno, está fundamentado em idéias apenas prováveis, e por esta razão traz sempre em seu âmago a possibilidade de sofrer uma refutação. Acho que não são pertinentes as outras linhas filosóficas - platonismo, kantismo, hegelianismo, marxismo.
Finalmente o sentido pejorativo seria a arte, o modo de discutir por meio de raciocínios especiosos e vazios. Assim, o sentido pejorativo e o aristotélico identificariam a dialética Lula-Alckmin, ou seja, quer se saber quem é o menos corrupto, quem tem mais roupa suja pra lavar e é possível que até o fim do processo eleitoral não cheguem a uma conclusão. No mais, Lula vai apresentar que propostas? As que não quis realizar em quatro anos? As que não teve competência para fazer em quatro anos? As que não lhe deixaram fazer em quatro anos? De fato quatro anos é muito pouco. Talvez Lula não tenha viajado tanto quanto gostaria...
E Alckmin, irá corrigir a rota traçada por Fernando Henrique, que nem Lula se dignou alterar, rezando na mesma cartilha? Acho difícil.

O senador e candidato à Presidência pelo PDT Cristovam Buarque (DF) é o entrevistado desse domingo, às 22h30, do programa Canal Livre, da TV Bandeirantes. Educação, Saúde, Segurança e Salário - os grandes desafios do país em debate na campanha eleitoral, será o tema da entrevista.
Cristovam Buarque é engenheiro mecânico, formado pela Universidade Federal de Pernambuco, e doutor em Economia pela Sorbonne. Trabalhou no Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), em Washington, e é professor da Universidade de Brasília. Entre 1995 e 1998 governou o Distrito Federal e em 2002 elegeu-se senador pelo PT. Assumiu o Ministério da Educação em janeiro de 2003 e permaneceu no cargo por um ano. Cristovam Buarque publicou mais de 20 livros. Em setembro de 2005 filiou-se ao PDT.

A discussão dos favoritos na disputa eleitoral, na verdade, é quem fez menos em quatro anos ou quem fez menos em oito anos. Vamos ouvir o engenheiro Cristovam. O operário foi apenas um blefe.

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