terça-feira, julho 11

Os 4 cavaleiros do apocalipse

A idealização da cavalaria cristã, como muitas outras imagens baseadas nas revelações bíblicas, possui uma dualidade. Se por um lado - teoricamente - ela era portadora de boas novas, defensora dos oprimidos e da verdadeira fé, também era anunciadora do final dos tempos, aquela que trazia toda sorte de desgraças para os homens.

Trabalharemos com uma das imagens mais terríveis que a cristandade construiu a respeito da cavalaria: os quatro cavaleiros do Apocalipse.
O anjo divino comanda cavalos sagrados, que correm para levar a Deus notícias deste mundo. O autor do Apocalipse, provavelmente alguém do círculo de discípulos do apóstolo João, redigiu o cânone entre os anos 70-95 da era cristã, época de perturbações e violências do Império contra a Igreja.
Cena descrita por São João:
Vi quando o Cordeiro abriu o primeiro dos sete selos, e ouvi o primeiro dos quatro Seres vivos dizer como o estrondo dum trovão: “Vem!” Vi então aparecer um cavalo branco, cujo montador tinha um arco. Deram-lhe uma coroa e ele partiu, vencedor e para vencer ainda.

Quando abriu o segundo selo, ouvi o segundo Ser vivo dizer: “Vem!” Apareceu então um outro cavalo, vermelho, e ao seu montador foi concedido o poder de tirar a paz da terra, para que os homens se matassem entre si. Entregaram-lhe também uma grande espada.

Quando abriu o terceiro selo, ouvi o terceiro Ser vivo dizer; “Vem!” Eis que apareceu um cavalo negro, cujo montador tinha na mão uma balança. Ouvi então uma voz, vinda do meio dos quatro Seres vivos, que dizia: “Um litro de trigo por um denário e três litros de cevada por um denário! Quanto ao óleo e ao vinho, não causes prejuízo”.

Quando abriu o quarto selo, ouvi a voz do quarto Ser vivo que dizia: “Vem!” Vi aparecer um cavalo esverdeado. Seu montador chamava-se “a Morte” e o Hades o acompanhava. Foi-lhe dado poder sobre a quarta parte da terra, para que exterminasse pela espada, pela fome, pela peste e pelas feras da terra. (Ap, 6, 1, 8)


“Os iluministas imaginavam a perturbação e o medo de quem trabalhava ou dormia tranqüilamente e era surpreendido pela vinda repentina do inimigo. O terror espreitava o homem em qualquer situação.” (MATTOSO, op. cit.) Este era um estado de guerra ininterrupta. A cavalaria era a portadora da má-fé. Ela trazia a morte e as desgraças da guerra. Como nos “Versos da Morte”, do monge-poeta Hélinand de Froidmont: “Morte, faze selar teus cavalos..” (HÉLINAND DE FROIDMONT, 1996: 29).

Vamos mudar o enfoque. Tudo isso é muito complicado. Eu tenho uma visão mais simplista desses quatro cavaleiros, sem que seja por isso mais tranquilizadora. A ação deles é muito bem definida e caminha no sentido de dar sustentação ao grande apedeuta que nos assola. Muito preocupante, portanto. São eles, sem ordem classificatória de periculosidade, capciosidade, desonestidade ou qualquer outra propriedade de pessoas pseudo honestas:

José Sarney - Nascido José Ribamar Ferreira de Araújo Costa no Maranhão, filho de Sarney de Araújo Costa e de Kiola Ferreira de Araújo Costa. Em 1965 adotou legalmente o nome de José Sarney de Araújo Costa, do qual já se utilizava para fins eleitorais desde 1958, por ser conhecido como "Zé do Sarney", isto é, José filho de Sarney. O pai, por sua vez, recebeu esse nome por ter nascido na propriedade de um certo Sir Ney, de origem britânica, onde o avô de José Sarney trabalhava. Muito parecido com o processo de formação da palavra "forró", os bailes que os americanos patrocinavam no nordeste para os peões de obra, e que eles diziam que eram "for all".
Fez o tal Plano Cruzado, O Plano Cruzado teve efeito imediato na contenção da inflação e no aumento do poder aquisitivo da população, alçando o país a um clima de euforia. Milhares de consumidores passaram a fiscalizar os preços no comércio e a denunciar as remarcações, ficando conhecidos como "fiscais do Sarney". Quatro meses depois, o plano começou a dar errado: ocorreu uma grave crise de abastecimento, as mercadorias desapareceram das prateleiras dos supermercados, os fornecedores passaram a cobrar ágio e a inflação voltou a subir. O governo manteve o congelamento até as eleições, tentando extrair os maiores dividendos políticos do plano. A estratégia eleitoral deu certo: o PMDB, partido do presidente, venceu em todos os Estados do país. Como se vê, o Sir Ney é PHD em enganação. E está usando toda sua longa carreira de embusteiro para tirar dividendos de um governo fraco como o do PT. Outrora foi muito xingado pelo Lula. Hoje é amigo dele.

Renan Calheiros - Fez parte da base de apoio de Fernando Collor de Mello e atualmente apóia o presidente Luís Inácio Lula da Silva. Foi também ministro da Justiça no governo de Fernando Henrique Cardoso. Um grande democrata e um grande patriota. Votar contra o governo? Nunca! Sempre está do lado da situação. Não pode largar tão suculento ôsso. E é amigo do Lula.

Ney Suassuna - O senador Ney Suassuna, do PMDB do Lula, elegeu-se pela Paraíba, mas mora na Barra da Tijuca, no Rio. Não é a primeira vez que se vê acusado de - digamos - atos pouco recomendáveis no exercício do mandato. Agora, está sendo relacionado pela PF como suspeito de integrar o esquema dos "sanguessugas", que ganhavam no superfaturamento de ambulâncias. A pedido de Suassuna, a recém criada CPI dos Sanguessugas será chamada de CPI das ambulâncias quando for noticiada pela TV Senado. O senador acha que a palavra sanguessuga se parece com a palavra Suassuna. E é amigo do Lula.

Jader Barbalho - Elegeu-se senador da República em 1994. Em 1998 licenciou-se para concorrer novamente ao governo do seu estado, mas foi derrotado por Almir Gabriel, do PSDB. Em 2001, diante de diversas acusações , chegou a ser preso e algemado pela polícia federal e logo depois licenciou-se da presidência do Senado e renunciou a seu cargo para não ser processado por quebra de decoro parlamentar. Hoje é deputado federal e responde a vários processos por corrupção relacionados principalmente a sua atuação na SUDAM e no BANPARÁ. E é amigo do Lula.

Pelo menos dois desses cavaleiros têm vários processos em andamento, mas o Lula não sabe de nada. Tenho um amigo, político, que me contou que certa vez um "nobre parlamentar" o havia convidado para jantar numa churrascaria. Ele recusou dizendo: - "Obrigado, mas é muito perigoso andar com você"!
O "nobre parlamentar" riu muito. Passados dois dias foi assassinado.
Há que escolher muito bem os amigos. Depois não adianta dizer que não sabia de nada!

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