sábado, julho 15

Democracia das pesquisas

Cristovam minimiza pesquisas eleitorais
Tribuna da Imprensa

O candidato do PDT à Presidência da República, Cristovam Buarque, minimizou ontem, em campanha pela cidade de São Paulo, a importância das pesquisas de intenção de voto em sua campanha. Elas o apontam como 4º colocado na disputa, com 1% dos votos. Cristovam disse que tem a pretensão de crescer nas pesquisas, mas para isso não mudará seu discurso.
Apresentando-se como uma das alternativas à mesmice que representa Lula e Alckmin, ao lado de Heloísa Helena do PSOL, Cristovam disse que diferentemente dos dois, ele tem um projeto a longo prazo para o País. "Lula e Alckmin falam o que o povo quer ouvir e prometem mudanças grandes em pouco tempo. Isso não é possível. Quero começar a mudança que será substancial daqui 20, 30 anos."
Cristovam afirmou ainda que a disputa entre PT e PSDB não é ideológica e sim de poder. "Os dois partidos disputam o mesmo espaço em São Paulo e transferiram o embate para o campo federal. Se, por exemplo, o PT fosse mais forte em Minas Gerais, os dois partidos já estariam juntos", afirmou Cristovam.
O pouco tempo de TV (dois minutos e 23 segundos) reservado pelo TSE ao candidato do PDT, também não o preocupa. "Nesse tempo eu posso, com a ajuda de uma equipe de publicitários transmitir minhas propostas sem mentir e sem o marketing que transformaram os dois principais candidatos (Lula e Alckmin) em robôs." O candidato continuou o mesmo discurso. "Se eu tivesse os 10 minutos de Alckmin, não precisaria de uma equipe de apoio. No máximo um quadro negro para eu mostrar aos eleitores que dá para mudar", afirmou Cristovam, que já foi reitor da Universidade de Brasília (UNB).

Ensino
Cristovam Buarque disse, ao visitar a Central de Solidariedade ao Trabalhador da Força Sindical, que o problema do desemprego só será solucionado quando a política econômica do governo estiver voltada para a capacitação do cidadão, que viria com mais investimentos na educação. "Investindo na formação do trabalhador, garante uma melhor condição para esse cidadão ingressar no mercado de trabalho", disse Cristovam.
Ao responder a pergunta de dois jovens desempregados, sobre a democratização no ingresso na universidade, o candidato do PDT enfatizou que antes de democratizar o ingresso, o governo federal deve assumir a responsabilidade pela educação básica, padronizando o ensino médio em todo o País. "Hoje, apenas 1/3 dos brasileiros termina o ensino médio. Esse número por si só indica que não há democracia na educação. Se as 160 mil escolas no Brasil seguirem um padrão, de salários, de formação e de conteúdo, poderemos democratizar o ensino. Para Cristovam investir na educação é um dos melhores caminhos para se criar empregos.
"Se construirmos mais 30 mil escolas, teremos empregos para aqueles que a constroem. Para comprar computadores para as escolas, teremos mais empregos nas indústrias de tecnologia. Os uniformes para as crianças vão aumentar também o emprego na indústria têxtil", disse Cristovam enfatizando que a educação será o mote de sua campanha.

Não é questão de minimizar. Cristovam Buarque precisa saber que só quem tem presença nas pesquisas terá presença no noticiário. Os jornais obedecem à pesquisa. Cristovam precisa gritar mais. O Globo on line de ontem apresentou a solução dos candidatos para a onda de violência atual ( só dos três à frente nas pesquisas)...
Quando se fala tanto em democracia, eis aí a dita cuja das pesquisas.

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