quinta-feira, setembro 7

Um certo 7 de Setembro

Na manhã de 24 de agosto de 1954, nem bem tinha começado a primeira aula, o diretor do colégio nos comunicou que iríamos para casa - Getúlio Vargas, o presidente da República, se suicidara. Hoje lembrei da minha avó, pernambucana como eu. Vim para o Rio de Janeiro com menos de dois anos de idade, em 1941; minha avó veio dez anos depois. Meu pai, que chegara como marceneiro, já havia trocado de profissão, havia comprado um caminhão e viajava por quase todo o país. Numa dessas viagens trouxe minha avó. Ela tinha vontade de ver Getúlio Vargas. Num 7 de setembro, um ano antes da morte dele, ela conseguiu. Foi a única vez que o vi. Ao término do desfile ele desfilava em carro aberto saudando seus "pobres".
O presidente Inácio gostaria de ser herdeiro de Vargas: suja as mãos no petróleo, se diz pai dos pobres... Será que ele vai desfilar em carro aberto ao final do desfile? Não creio, porque há uma diferença: Getúlio era presidente da República (res publica, coisa pública). Inácio é o esculhambador da coisa pública.
Em discurso na cidade-satélite de Ceilândia (30 km de Brasília) nesta quarta-feira, Lula afirmou que seus adversários "estão tão nervosos que chegam até a babar de raiva."Segundo estimativas dos organizadores do evento, cerca de três mil pessoas participaram do comício em Ceilândia. Lula aproveitou a forte chuva que atingiu o DF na noite de hoje para mobilizar as pessoas presentes ao comício. "A hora que começou a chover eu pensei que não iria sobrar ninguém. O que faz com que pessoas como vocês fiquem tomando chuva? É que a política quando é feita com seriedade tem seguidores". disse.
Quanto a mim, ele está certo: estou babando de raiva. É duro ver o país prestes a enfrentar mais quatro anos de incompetência e de roubalheira. E já se trama a anistia para Dirceu e para Roberto Jefferson. Babem de raiva, caros amigos!

Um comentário:

Anônimo disse...

Muito bom...