sábado, março 25

A primeira lei de Lula

Ainda guardo revistas de histórias em quadrinhos datadas de 1953. Era a Epopéia e a Edição Maravilhosa, esta com os clássicos da literatura mundial devidamente resumidos e a Epopéia com narrações incríveis da literatura e história mundiais. Nas duas publicações dava-se ênfase às ilustrações, feitas por artistas de acentuada técnica, inclusive alguns brasileiros. Mas tudo era, no dizer do mago dos quadrinhos, Adolfo Aizen, puro aperitivo. Era sempre recomendada a leitura da obra original.

Assim são estas anotações - puro aperitivo. Se quiser saber de todos os detalhes vá ao Primeira Leitura, enderêço no final desta postagem.

A primeira Lei de Lula, única e verdadeira

Por Rui Nogueira

Devem os leitores se lembrar da primeira, verdadeira e única Lei de Lula, enunciada no dia 17 de julho de 2005, em entrevista a uma repórter freelancer, em Paris, refestelado em uma cadeira plantada na imensidão de um gramado palaciano. Para os que não se lembram da “lei”, aqui vai o que disse Sua Excelência: “A desgraça da mentira é que, ao contar a primeira, você passa a vida inteira contando mentira para justificar a primeira que contou”.

Não há, na história da República, um presidente que tenha definido tão bem a essência de seu governo. Como não há explicação mais acabada para o que está acontecendo no último ano do mandato de Lula, o caso, chamemo-lhe assim, Palocci-Francenildo. Sua Excelência já tentou enunciar outras leis, mas a verdadeira é essa.

Quando PF, Caixa e Coaf agem sem a menor compostura institucional, transformando o caseiro Francenildo de vítima de uma violação em personagem a investigar por suspeita de lavagem de dinheiro, é porque um dedo ameaçador do governo encomenda o serviço. E se as instituições não resistem ao dedo inquisitorial é porque a cúpula está aparelhada, manietada.

O ministro Palocci é a concentração extremada da Lei de Lula: contou a primeira, e não pôde parar mais. O prefeito do Rio, César Maia (PFL), listou com objetividade as mentiras do ministro. Eis a lista do prefeito, que vale recortar e guardar:
• Palocci falou que não tinha feito novos contratos com a empresa Leão Leão durante sua gestão na Prefeitura de Ribeirão Preto. Foi desmentido no mesmo dia. Na verdade foram 19 contratos assinados por Palocci com a Leão Leão.
• Palocci negou que Buratti, fazendo lobby, tivesse participado da elaboração da agenda dele como Ministro. Foi desmentido por Buratti e por um empresário português que teve uma reunião com ele.
• Palocci informou que todas as contas de seu governo em Ribeirão Preto foram aprovadas e que as de 2004 ainda estavam em tramitação. Foi desmentido pelo Tribunal de Contas de São Paulo, que informou que suas contas de 2004 foram reprovadas por unanimidade
• Palocci informou que não tinha viajado a bordo do avião Citation Jet do empresário Roberto Colnaghi. Foi desmentido por José Genoino, ex-presidente do PT, que confirmou ter viajado com o Ministro no avião de Roberto Colnaghi.
• Palocci, após ser desmascarado no caso do avião, disse que o avião tinha sido pago pelo PT. Desta vez foi desmentido pelo próprio empresário, dono do avião, que disse que jamais o alugou para o PT.
• Palocci negou que havia contratado Roberto Costa Pinho, que sacou R$ 350 mil das contas do publicitário Marcos Valério no Banco Rural e negou também ter tido contatos com ele durante a sua segunda gestão como prefeito, em 2001 e 2002. Foi desmentido por uma foto onde aparecem os dois em uma reunião em seu gabinete. Roberto Costa Pinho foi contratado pela prefeitura para realização de um projeto de arquitetura.
• Palocci informou que nunca tinha ido à Mansão do lobby e das orgias da República de Ribeirão Preto. Foi desmentido duas vezes, pelo motorista e pelo caseiro da casa.

Então, leitor, quando aparecer fumaça é porque há fogo. Vá ao Primeira Leitura aprender com quem pode explicar.

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