segunda-feira, outubro 16

O golpe do leite

Vota em mim ou bebe água?

Havia, no tempo do ticket de leite, um vereador conhecido meu que dizia na cara dura aos eleitores-clientes: - "Não votou em mim, vai beber água"!
Contei isso a uma senhora de mais de setenta anos que vai votar nulo. Ela perguntou: - Como ele sabia quem votava nele ou não?
- Ora, isso é fácil, minha senhora. Ele anota os nomes e as seções de votação. Se houver um número de votos naquela seção inferior a um número razoável ele penaliza toda a seção. Todos bebendo água. Ninguém iria se arriscar a perder o leitinho das crianças. Aliás, a senhora, com a sua idade, não precisa mais votar.
- Não voto em safado nenhum, mas faço questão de ir lá e votar nulo.

Tenho doze dias para convencê-la, já que ela quer votar, a fazer algo de útil lá na cabine eleitoral.

Atualmente não existe mais o ticket de leite nem se fazem ameaças veladas ao eleitor. Há uma modalidade mais atraente e substancial: o bolsa-família. E pra que ameaçar o eleitor-cliente? Basta dizer que o adversário é mau e vai acabar com a bondade.

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